A bela e a fera

arte de Mateus Rios, para adaptação realizada por Susana Ventura
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Rapunzel - ontem e novamente
Acabei de ler um livro excelente sobre as releituras de Rapunzel ao longo do tempo. 'The rebirth of Rapunzel', da australiana Kate Forsyth. O livro é de 2016 e ainda não tem tradução no Brasil. Um estudo bacana, de escritora que mergulhou em pesquisa para fazer, ela mesma, um reconto a partir do conto de fadas.
Na minha experiência pessoal, como professora universitária que ministra cadeira de Literatura Infantil, não se passa um só ciclo de aulas sem que haja um pedido pelo 'original' de Rapunzel (versão Grimm). Já tenho até digitalizada uma cópia. É o segundo conto mais pedido. O primeiro tem sido 'A bela e a fera' (imagino que, em breve, haverá pedidos para 'A Rainha da Neve', de Andersen).
Há cerca de um ano encontrei duas outras versões de Rapunzel, em obras de mulheres escritoras de contos de fadas. Traduzi ambos (do inglês), e tenho trabalhado sobre eles. Curiosamente, no início do segundo semestre de 2016, fugi de recontar 'Rapunzel'. Estava envolvida num projeto de recontos e, quando a lista chegou para escolher eu preferi fugir de Rapunzel. Achei que não saberia lidar com o tema, abandono, aprisionamento, desejo, paixão, exílio, solidão, maternidade, sofrimento amoroso...Porque o conto É tudo isso.
Hoje, passados tão poucos meses,acabo o livro de Forsyth pensando que, da próxima vez, eu vou encarar o desafio. Mas, por enquanto, vou ler as versões dos outros e pensar, e continuar pensando.
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é mesmo impressionante como escrever (ou até pensar em) mobilizam nossos sentimentos, mais que a leitura... talvez porque demande muito mais elaboração até que a história possa renascer, carregada com todos os seus sofrimentos, amores e desamores...
ResponderExcluirQuerida Keila, realmente...o tempo da elaboração e da realização são mistérios que cada criador vai desvendando. Um beijo
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