A bela e a fera

arte de Mateus Rios, para adaptação realizada por Susana Ventura
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Dragões, maçãs e uma pitada de cafuné
Apresentado ao público durante a última Feira do Livro da USP, no início de dezembro de 2015, o livro que agora chega às livrarias é resultado de uma longa pesquisa e de uma intensa troca de ideias entre a editora, as autoras e a idealizadora da coleção.
Cabe contar um pouco da história da coleção de três livros que se inicia pela publicação de "Dragões, maçãs e uma pitada de cafuné".
Após o trabalho de pesquisa que eu havia realizado no ano de 2013 e que resultou nos livros "O Príncipe das Palmas Verdes e outros contos portugueses","O tambor africano e outros contos dos países africanos de língua portuguesa" e "A princesa que ria rosas e outros contos húngaros" (no prelo), comecei uma pesquisa sobre livros brasileiros antigos cuja temática fosse conto popular.
Passei algumas semanas de janeiro de 2014 em Porto Alegre, onde pesquisei no acervo da Biblioteca Lucília Minssen, que está cheio de tesouros incríveis. Além da pesquisa na biblioteca, entrevistei vários bons leitores locais, que foram crianças leitoras na década de 50. Alguns meses depois, organizando o material de pesquisa, pensei na necessidade de retrabalhar os antigos (e esquecidos) contos que eu havia compilado. No entanto, com uma visão distinta daquela predominante no passado: em torno de nações e nacionalidades.
Em reuniões com o grupo de crítica literária de literatura infantil ao qual pertenço, o exame da produção atual em torno dos contos de fadas, contos maravilhosos ou contos populares e as contribuições das colegas que se encontram na linha de frente das escolas de Ensino Fundamental, foram aparecendo melhor os contornos do trabalho que eu gostaria de fazer.
Chamei Helena Gomes para pensar comigo naquilo que nomeamos primeiramente de "contos temáticos". O objetivo era abordar questões importantes a partir do material que eu havia pesquisado. Um livro de contos que fizesse refletir sobre os valores que estavam subjacentes aos contos populares. Um feixe de temas nos tomou o pensamento por alguns meses, até que chegamos à ética como um eixo central.
Em abril de 2014 levamos esta ideia para Eny Maia, da Editora Biruta, que, com sua visão editorial aguçada, percebeu que ali estava não um livro mas uma pequena coleção. De volta para a mesa de trabalho coletiva, Helena e eu definimos os 3 volumes, em que contos ajudariam jovens leitores a pensar sobre ética, situação da mulher e justiça. O que se seguiu foi um ano de trabalho intenso, mais pesquisa, um trabalho intenso de seleção de contos, a realização, junto com a editora, de convites a vários colaboradores que se juntaram ao projeto, como a jovem autora e feminista Geni Souza, e o artista plástico Alexandre Camanho, encarregado de ilustrar esse rico passado que gostaríamos de fazer presente.
O primeiro volume está aí, pronto para conquistar o coração dos leitores.
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Muito sucesso pra você, Susana, pra Helena e toda a equipe!!
ResponderExcluirMuito obrigada, querida!
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